sábado, 4 de junho de 2011

Oito no mesmo dia!

Antes de sair de casa postei no facebook: “Terninho e pasta dos negócios, para onde vamos hoje?” Mal sabíamos o que viria pela frente, dia conturbado e muitos afazeres, nem sabia por onde começar. Comecei pelo mais satisfatório claro: trocar uma calça jeans que ficou super apertada em mim, vocês não imaginam a minha felicidade de pular do 34 ao 36 assim da noite para o dia, uma realização pessoal que não tem preço. Dei aquela passadinha básica na FAEP, sim, adoro as calças de lá e não pagaria caro numa calça de loja chique quando posso ter duas lindas e quase originais da FAEP (Feira de Planaltina). Lá fui eu pegar meu 1º ônibus do dia com terninho e pasta de documentos... Para que?! Bem, explico logo à frente, nessa de trocar a peça marquei de encontrar uma grande amiga dos tempos em que era operadora de telemarketing, primeiro emprego e amizades para a vida toda, ela é uma delas.
Tudo certo, desci na rodoviária de Planaltina, preguiça quando não mata atrofia, resolvi pegar um circular básico e 2º ônibus do dia, cheguei em 5 minutos satisfeita da vida por ter evitado aquela caminhada debaixo de um sol de 40°c. Cheia de coisas pra fazer e a Meire também, decidimos ir ao Plano Piloto, cidade dos negócios para nós que moramos nas bandas de cá, como tudo gira em torno de Brasília foi lá que minha pastinha dos negócios fez sentido nessa historia, fui demitida recentemente por “injusta causa” (fato que merece um post exclusivo) e precisava dar entrada no seguro desemprego, há se não fosse ele na vida de um pobre, parece comodismo, mas é a porta da esperança quando levamos aquele pé na bunda do nosso chefe.
Partimos então para o meu 3º ônibus do dia e não para por aí, Meire se inscreveu na faculdade, um tramite bem rápido que levou somente 2 horas, eu ansiosa ao extremo, já estava pra morrer de tanto esperar, mas valeu à pena ter a visto sair tão feliz pelo sonho realizado, ela que odeia matemática fará Ciências Contábeis... Vai entender. 
O 4º ônibus do dia lá vamos nós para a delegacia do trabalhador (parece que o sistema só funciona lá), tirando o fato de passar da parada, o procedimento foi muito rápido, não passei da recepção, meu termo de rescisão estava errado (viva a burocracia) e teria que ir ao RH da empresa para corrigi-lo, pois é, teria! não fui, o horário não me permitia, do contrário seriam nove ônibus no dia, deixei para segunda feira, mesmo sabendo que nesse dia a fila é maior que a da sopa na rodoviária, era o melhor a se fazer.
Surgiu aí uma excelente idéia de pegar um cineminha, por que não né gente? Já estávamos lá mesmo e partimos para nosso 5º ônibus, destino: Shopping Bulevard.
Chegamos ao cinema e nem demoramos em decidir qual filme assistir, escolhemos de cara: “Se beber não case Parte II”, Meire vendo pela primeira vez e eu pela segunda, só que dessa vez legendado, fazer o que também? O filme é bom, tive que ver duas vezes.
Uma seção incrível de muitas risadas, Zach Galifianakis, o Alan, merece o Oscar de maior sínico do ano, adoro as caras que ele faz. Filme que recomendo inclusive, uma terapia de tão divertido.
Hora de ir embora, parada lotada, alguma coisa estranha estava acontecendo, ponte congestionada, pessoas apressadas, se tivessem torres gêmeas ali diria que tinha acabado de acontecer um atentado, foi quando Meire Alan rsrs (ela só me mete em encrenca) decidiu que deveríamos pegar um Lago Norte, e eu me meti na fria de pegar o 6º ônibus para ver dois minutos depois passando por mim o meu Rápido Planaltina vazio da Silva. Droga!
Impossível chegar à parada da ponte, 300 pessoas fechavam a pista em protesto contra sei lá o que, tenho certeza que mais da metade estava ali porque tinha fogo e gente reunida pobre adora fazer montinho, só sei que ninguém subia nem descia... É pau é pedra é o fim do caminho... Abandonamos o ônibus debaixo da ponte do Bragueto e resolvemos ir andando para a parada, brilhante idéia de quem? Meire Alan, claro!
Correndo o risco de ser queimada como o índio Galdino, passamos pelos protestantes e caminhamos 30 minutos até chegar na bendita parada, se arrependimento matasse eu estaria boiando no lago Paranoá, para acabar de lascar tudo (desculpem o termo) nenhum ônibus parava para que pudéssemos entrar, os motoristas tinham medo que fossemos vândalos bombas e ficamos ali por horas até que todos decidiram fechar a pista com uma fila humana, o strike seria feio mas era a única chance de sairmos de lá... Deu certo! Meire se enfiou no primeiro busão que parou, Sobradinho II, e eu lógico fui junto para o meu 7º ônibus do dia, a essa altura já estava esgotada, tanto que só de olhar pra minha cara de piedade um moço portador de necessidade especial  pagou minha passagem... Sente o drama.
Cansada de andar em círculos resolvi deixar Meire seguir viagem e desci no Colorado, ali estava a chance de chegar em casa, foi seguindo meus extintos que peguei o 8º ônibus do dia, eu , meu terninho e a pasta dos negócios totalmente amassada. Lotado de faltar o ar, segui viagem de pé, com sorriso subliminar nos lábios e me imaginando dentro da calça nova da Morena Bege, era pra ser Rosa, mas sabe como é imitação.
Pegar esse bus valeu tanto a pena que fiz amizade com o cobrador, tenho certa facilidade para me comunicar, já que falar sozinha parece esquizofrenia, me amarro em conversar com estranhos, e eles estão sempre ali tadinhos, só esperando um “Oi” de uma passageira simpática e bem educada.
Contei a historia do meu lindo dia para ele, demos boas risadas e foi então que percebi que a vida é mesmo assim, depois que passa a gente ri, porque a felicidade ainda que camuflada está nesses pequenos acontecimentos do dia a dia e feliz daquele que consegue rir das próprias dificuldades, inclusive de si mesmo.


Post do facebook ao chegar em casa: Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário