terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Disputa-se


Disputa-se um amor,
que eu não sei disputar,
que não sei dividir,
só sei perder ou ganhar
Tem que ser leve,
tem que ser espontâneo
Se tiver que falar alto,
A casa vira bagunça
E a casa é o coração
Esse cômodo sem paredes
esse incomodo com precedentes reais.
Disputa-se um amor
Sem briga,
com afago no lugar de socos
Com abraços no lugar de pontapés
E beijos para sarar feridas.
Se tiver que matar por ele
Que seja o desejo
Se tiver que morrer por ele
que seja de exagero,
drasticamente assim,
Vivendo, respirando,
sussurrando alguma coisa louca no ouvido.
Disputa-se um amor que já foi de um outro alguém
Ao menos em tempos distantes
Afinal de contas
É realmente só nosso todo amor por qual lutamos?
Quem está nessa briga
A entrega ou a intriga?
Disputa-se de mãos livres
Desarmado até os dentes
Desalmado quando nada se sente
A não ser a vontade de lutar
essa grande guerra que já virou paz.
Disputa-se, disse eu?
Se é amor tem que ser livre
ir pra voltar aos poucos.
Amor esse sentimento louco,
Que só é triunfo
Quando deixa de ser troféu.

- Carine Morais