terça-feira, 21 de junho de 2011

Celebre o amor

Dia dos namorados passou e até então não havia pensando em nada para postar sobre o assunto. Andei fazendo uma pesquisa e descobri que no Brasil, o dia dos enamorados é comemorado em 12 de junho desde 1949 após a brilhante idéia do publicitário João Dória que trouxe a novidade do exterior aos comerciantes da época. Junho era um mês “paradão” e com vendas baixas, daí decidiram comemorar a data nesse mês e escolheram a véspera de Santo Antônio - o santo casamenteiro - bem pensado. Desde então têm-se criado situações, poesias e canções que remetem à sensação daquilo que une tão fortemente as pessoas: o amor.
Já dizia Mário Quintana: “Tão bom morrer de amor e continuar vivendo” quando se gosta profundamente você morre para um monte de coisas fúteis, como baladas em que enchia a cara, levava um monte de “fora” e voltava pra casa feito um cão arrependido. Daí você decide abrir mão daqueles seus “rolinhos” que te ligavam e te faziam se sentir menos vazio; de repente, deixa os amigos um pouco de lado, passa a recusar convites irrecusáveis e no mais inconsciente intuito acaba criando vínculo afetivo, o pré sentimento do amor. Que lindo! Você está apaixonado, então sente vontade de se doar sem reservas ou cobrança alguma pelo mais puro prazer, e é isso que o amor proporciona: a entrega, como se estivesse com o mais seguro de todos os paraquedas sente vontade de se jogar literalmente, só  para sentir aquele friozinho na barriga.
Sabe quando “o outro” é o seu primeiro e último pensamento do dia? E como se não bastasse as 24 horas pensando nela, você também sonha e acorda totalmente bobo, anestesiado, meio esquecido, porém com plena convicção de que se pudesse escolher não acordaria nunca, amar também tem dessas coisas, às vezes você não é você, solta o verbo e diz tudo o que sente, porém o “louco” que mora aí dentro não sai apenas pela garganta, irradia pelos olhos, sai pelo suor quando se treme as mãos e é aí que entra aquela sensação de frio no estomago, a borboleta que bate asas dentro de você.
O amor não tem dia e nem hora pra acontecer, sua comemoração geralmente ocorre no dia 12 de junho e ele realmente merece um dia especial para ser festejado, porque sua demonstração pode ser explícita e despreocupada. As vésperas do grande dia os shoppings e lojas ficam super lotados, as propagandas na TV anunciam excelentes preços com brindes e descontos para os amados, as rádios fazem promoções apaixonantes com direito a flores e ingressos para o cinema, tudo conspira para que esse dia se torne tão perfeito quanto o próprio amor. Nas ruas, declarações inesperadas e aquela “melação” que para alguns enjoa e é clichê, mas não, é preciso ver além das demonstrações exageradas, afinal de contas por trás de tudo isso existe uma ligação maior, um motivo peculiar e um significado que só quem está com aquele brilho nos olhos consegue enxergar. Muitas vezes é possível ver amor onde não tem, como no formato de um tomate vermelho, numa nuvem com formas de um cúpido com flecha e na sopa que quando junta os legumes forma um coração.
Os solteiros que se mordam, mas é inevitável não se incomodar ou se apaixonar no dia em que o amor é tão comemorado, seja com palavras, presentes personalizados, mensagem ao vivo (essa coisa meio breguinha) seja com pedidos de namoro, noivado e casamento, pensar no amor é pensar em festa, com direito a champagne e fogos de artifício dos tipos naturais, daqueles que saem de dentro do peito, parece até virada do ano, a contagem regressiva para estar perto de quem se ama, uma espécie de abandono daquilo que é velho para o resgate de um amor novinho em folha.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Neanderthalensis Futebol Clube


Estive observando o comportamento humano e me interroguei sobre o que é um homem assistindo jogo de futebol? É a coisa mais ogra e primitiva do mundo. Fui convidada a assistir o jogo do Vasco x Coritiba e como uma boa flamenguista que se preze torci pelo Coritiba,  time que nunca vi, mas que fiz muita questão. Chegando no recinto lá estavam os vascaínos espalhados, pareciam apreensivos, sufocados pelo grito na garganta de anos sem vitórias pra comemorar, mas não estou aqui para tocar na ferida vascaína, até porque não entendo nada dessas coisas de Copa do Brasil, títulos e estrelinhas sob o brasão, é demais pra mim, voltemos para meu ponto de observação.
De um modo geral a reação masculina diante uma partida de futebol é sempre a mesma, como havia dito anteriormente eles se transformam literalmente no homem das cavernas. Antes de começar o jogo não podem faltar é claro as apostas! E vale tudo: chiclete mastigado, 20 conto, dente de ouro e caixa de cerveja! Há! Sempre ela, 2 horas antes de começar o jogo eles se reúnem com os amigos tomam aquela cervejinha gelada e procedem com o ritual de toda final de campeonato: vestem a camisa, beijam o brasão, fazem o sinal da cruz (eles são bem devotos) e seguem para o primeiro bar que transmita o jogo. É fato que mulher de fanático sempre sobra nessas horas, e nem adianta implorar por atenção porque você é explicitamente trocada por 11 homens e uma bola, no entanto o segredo é não se deixar abalar pelo instinto torcedor que a maioria dos homens possui naturalmente, ainda que você assista futebol para agradar seu homem no momento em que o juiz apitar o jogo você será somente parte decorativa da sala, eles se desconectam desse mundo, mas não fazem por mal, acontece que eles não são eles ali diante a TV, se transportam para o estádio e se emocionam como se estivessem lá, cruzam os dedos, levam a mão à boca, expressam, raiva, espanto, dor, erguem os braços e soltam palavras que eu não escreveria aqui... A mãe do juiz coitada, só não é chamada de santa, isso se já não morreu de desgosto.
Enquanto os jogadores correm no campo sempre tem um que grita do lado de cá: toca pro lado, ali, cruza! Cruza! PQP é falta!!! Como se adiantasse alguma coisa... tsc...tsc... tolinhos, incorporando o “espírito de técnico “ eles acreditam fielmente que estão na beira do gramado e que dando as coordenadas o time poderá vencer, homens adoram pensar que estão no controle de tudo.
De repente eles fixam os olhos na tela e o coração pára por alguns segundos... Volta a bater, é Gol! É Gol! GooooooooooooooooooL, grita o narrador dando mais ênfase no “O” que Xitãozinho e Xororó em Galopeira! Nesse instante o torcedor se transforma num verdadeiro Neandertal que esbraveja soltando um Ráaaaaaaaagrrrrsh! ou coisa parecida, correm para abraçar outros da mesma espécie e eis o ápice da emoção, choram, beijam o manto sagrado, se ajoelham e agradecem! O gol que é anunciado em 3 minutos parece uma eternidade, porque eles vibram em câmera lenta, é engraçado que mesmo aqueles que não se conhecem parecem íntimos, amigos de infância, e sem pudor ou preconceito se abraçam e fazem um amigo para a vida toda. Desce mais cerveja, porque desse jeito o coração não agüenta o timão está ganhando, a esperança volta a surgir. “Juiz ladrão!” alguém solta revoltado, para angustia dos cuecas: 5 minutos de acréscimo, minutos que parecem horas e deixam o torcedor em êxtase de tanta ansiedade, perdem as unhas, os cabelos, o juízo e a cada contra ataque do time adversário, um soco no estomago, um aperto no coração.
Fim do jogo, Vasco foi campeão e garantiu vaga para a Libertadores, aqueles que ganharam suas apostas saíram com sorriso no rosto e caixa de cerveja debaixo do braço (foram eles: São Paulinos, Corintianos e Botafoguenses), os que torceram contra (tipo eu) sentiram certo incomodo por tanta comemoração, mas no fundo reconheceram que a vitória foi merecida, já os vascaínos mal podiam se conter de tanta felicidade e não pararam por aí, os mais novos “amigos” combinaram a carreata da vitória, com direito a cara pra fora e bunda Lelê na janela, precisavam mostrar para o mundo a vitoria tão sofrida, o arremate da caça realizada pelo Homo neanderthalensis . O resto bem, foi farra, festa e folia, porque o sentimento de ser campeão não tem preço. Ráaaaaaaaagrrrrsh!





terça-feira, 7 de junho de 2011

Cisne Negro - Oi?

Ultimamente tenho tentado ser criativa para esgotar toda possibilidade do tédio que é ficar em casa o dia inteiro, depois de visitar amigos, parentes e ler o livro “Melhor do que comprar sapatos” (outro assunto que merece post) resolvi fazer algo que há muito tempo não fazia: aluguei um filme. É fato que ele pode ter sido lançado há 10 anos que só de pensar em assisti-lo já estará locado, sempre tem alguém que chega na sua frente e o leva minutos antes de você chegar... Paciência, o jeito é procurar nos lançamentos.
Gosto bastante de comédias românticas, só que dessa vez queria algo diferente, daí a dona da locadora me deu a sugestão de levar o “Cisne Negro” campeão em críticas (depois entendi o porquê) alguns amigos também recomendaram dizendo ser muito bom, beleza, pareceu interessante, trouxe pra assistir.
O começo do filme é realmente incrível, baseado na historia de uma bailarina manipulada por uma mãe frustrada e um professor cafetão. Quando cheguei na metade já estava totalmente envolvida naquele clima de drama, suspense, ação e pornô, sim, porque tem cenas chocantes, de repente eu não sabia se a garota era perturbada espiritualmente, lésbica ou se estava se transformando num Ganso, ops! num Cisne. O longa é mesmo intrigante, impossível não prestar atenção nos detalhes, você fica ali entre o real e o imaginário, na tentativa de entender para não parecer que não entendeu nada, entendeu? rs
Depois que Cisne Negro terminou fiquei com aquela cara de tacho de quem não entendeu bulhufas do desfeche e um ponto de interrogação que me persegue até agora. Querido diretor me explique, por favor, qual foi sua intenção no filme? O que acontece com Nina depois que ela cai no colchão? Aquilo foi real ou terá continuação? Enfim, a coisa perdeu o sentido por não ter ficado claro se as cenas eram reais ou fruto das perturbações de Nina (Natalie Portman) e falando nela devo admitir que do início ao fim a atriz foi simplesmente brilhante, conseguiu ser um misto de Cisne branco com toda sua fragilidade exposta e negro ao mesmo tempo sento forte e imbatível, de certa forma sua bela atuação ofuscou as falhas do filme explicando assim a admiração daqueles que defendem ser um filme espetacular, quando na verdade foi ela quem salvou as cenas, sendo perfeita como a própria personagem queria ser.
Depois de assistir e deixar aqui minha singela opinião, penso que é bastante válido que vocês também assistam para terem uma opinião formada e quanto aos que já assistiram tenho uma perguntinha a fazer: alguém pode me explicar o final do filme?! rsrs

Beijos galera!

domingo, 5 de junho de 2011

Eleve-se!

Esses dias minha amiga resolveu me apresentar um deus grego que havia conhecido pela internet, mais precisamente pelo Youtube, não sou muito chegada em louros, mas esse vamos combinar que merece toda excessão do mundo.
Tirando o fato de ser lindo de morrer, ele é vocalista da banda Daros, que até então não conhecia, a banda é super da hora e a música de muitíssima qualidade, os garotos são de Brasília e em 2006 resolveram fazer uma levada Pop Rock de embalar corações, percebe-se que já pesquisei toda a vida dos rapazes. rs
Daros, que vem do grego: "aquele que se eleva" , está mandando super bem e conquistando seu espaço, da forma como está subindo não tenho dúvidas, o sucesso será garantido.
Para que finalmente possam conhecer o som que vem por aí, compartilho o clip oficial da música "Documentários", atenção para o detalhe que fiquei sabendo, a canção foi inspirada no filme: "Como se fosse a primeira vez" e realmente dá para ouvi-la mil vezes sem enjoar.

sábado, 4 de junho de 2011

Oito no mesmo dia!

Antes de sair de casa postei no facebook: “Terninho e pasta dos negócios, para onde vamos hoje?” Mal sabíamos o que viria pela frente, dia conturbado e muitos afazeres, nem sabia por onde começar. Comecei pelo mais satisfatório claro: trocar uma calça jeans que ficou super apertada em mim, vocês não imaginam a minha felicidade de pular do 34 ao 36 assim da noite para o dia, uma realização pessoal que não tem preço. Dei aquela passadinha básica na FAEP, sim, adoro as calças de lá e não pagaria caro numa calça de loja chique quando posso ter duas lindas e quase originais da FAEP (Feira de Planaltina). Lá fui eu pegar meu 1º ônibus do dia com terninho e pasta de documentos... Para que?! Bem, explico logo à frente, nessa de trocar a peça marquei de encontrar uma grande amiga dos tempos em que era operadora de telemarketing, primeiro emprego e amizades para a vida toda, ela é uma delas.
Tudo certo, desci na rodoviária de Planaltina, preguiça quando não mata atrofia, resolvi pegar um circular básico e 2º ônibus do dia, cheguei em 5 minutos satisfeita da vida por ter evitado aquela caminhada debaixo de um sol de 40°c. Cheia de coisas pra fazer e a Meire também, decidimos ir ao Plano Piloto, cidade dos negócios para nós que moramos nas bandas de cá, como tudo gira em torno de Brasília foi lá que minha pastinha dos negócios fez sentido nessa historia, fui demitida recentemente por “injusta causa” (fato que merece um post exclusivo) e precisava dar entrada no seguro desemprego, há se não fosse ele na vida de um pobre, parece comodismo, mas é a porta da esperança quando levamos aquele pé na bunda do nosso chefe.
Partimos então para o meu 3º ônibus do dia e não para por aí, Meire se inscreveu na faculdade, um tramite bem rápido que levou somente 2 horas, eu ansiosa ao extremo, já estava pra morrer de tanto esperar, mas valeu à pena ter a visto sair tão feliz pelo sonho realizado, ela que odeia matemática fará Ciências Contábeis... Vai entender. 
O 4º ônibus do dia lá vamos nós para a delegacia do trabalhador (parece que o sistema só funciona lá), tirando o fato de passar da parada, o procedimento foi muito rápido, não passei da recepção, meu termo de rescisão estava errado (viva a burocracia) e teria que ir ao RH da empresa para corrigi-lo, pois é, teria! não fui, o horário não me permitia, do contrário seriam nove ônibus no dia, deixei para segunda feira, mesmo sabendo que nesse dia a fila é maior que a da sopa na rodoviária, era o melhor a se fazer.
Surgiu aí uma excelente idéia de pegar um cineminha, por que não né gente? Já estávamos lá mesmo e partimos para nosso 5º ônibus, destino: Shopping Bulevard.
Chegamos ao cinema e nem demoramos em decidir qual filme assistir, escolhemos de cara: “Se beber não case Parte II”, Meire vendo pela primeira vez e eu pela segunda, só que dessa vez legendado, fazer o que também? O filme é bom, tive que ver duas vezes.
Uma seção incrível de muitas risadas, Zach Galifianakis, o Alan, merece o Oscar de maior sínico do ano, adoro as caras que ele faz. Filme que recomendo inclusive, uma terapia de tão divertido.
Hora de ir embora, parada lotada, alguma coisa estranha estava acontecendo, ponte congestionada, pessoas apressadas, se tivessem torres gêmeas ali diria que tinha acabado de acontecer um atentado, foi quando Meire Alan rsrs (ela só me mete em encrenca) decidiu que deveríamos pegar um Lago Norte, e eu me meti na fria de pegar o 6º ônibus para ver dois minutos depois passando por mim o meu Rápido Planaltina vazio da Silva. Droga!
Impossível chegar à parada da ponte, 300 pessoas fechavam a pista em protesto contra sei lá o que, tenho certeza que mais da metade estava ali porque tinha fogo e gente reunida pobre adora fazer montinho, só sei que ninguém subia nem descia... É pau é pedra é o fim do caminho... Abandonamos o ônibus debaixo da ponte do Bragueto e resolvemos ir andando para a parada, brilhante idéia de quem? Meire Alan, claro!
Correndo o risco de ser queimada como o índio Galdino, passamos pelos protestantes e caminhamos 30 minutos até chegar na bendita parada, se arrependimento matasse eu estaria boiando no lago Paranoá, para acabar de lascar tudo (desculpem o termo) nenhum ônibus parava para que pudéssemos entrar, os motoristas tinham medo que fossemos vândalos bombas e ficamos ali por horas até que todos decidiram fechar a pista com uma fila humana, o strike seria feio mas era a única chance de sairmos de lá... Deu certo! Meire se enfiou no primeiro busão que parou, Sobradinho II, e eu lógico fui junto para o meu 7º ônibus do dia, a essa altura já estava esgotada, tanto que só de olhar pra minha cara de piedade um moço portador de necessidade especial  pagou minha passagem... Sente o drama.
Cansada de andar em círculos resolvi deixar Meire seguir viagem e desci no Colorado, ali estava a chance de chegar em casa, foi seguindo meus extintos que peguei o 8º ônibus do dia, eu , meu terninho e a pasta dos negócios totalmente amassada. Lotado de faltar o ar, segui viagem de pé, com sorriso subliminar nos lábios e me imaginando dentro da calça nova da Morena Bege, era pra ser Rosa, mas sabe como é imitação.
Pegar esse bus valeu tanto a pena que fiz amizade com o cobrador, tenho certa facilidade para me comunicar, já que falar sozinha parece esquizofrenia, me amarro em conversar com estranhos, e eles estão sempre ali tadinhos, só esperando um “Oi” de uma passageira simpática e bem educada.
Contei a historia do meu lindo dia para ele, demos boas risadas e foi então que percebi que a vida é mesmo assim, depois que passa a gente ri, porque a felicidade ainda que camuflada está nesses pequenos acontecimentos do dia a dia e feliz daquele que consegue rir das próprias dificuldades, inclusive de si mesmo.


Post do facebook ao chegar em casa: Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.