Ela era de um planeta azul;
Bem, ele era de um planeta nublado;
Ela de Netuno;
Ele de Sterlim, planeta inventado por ele mesmo;
Ela cheia de manias;
Já ele adorava todas elas;
Ela vivia com a cabeça nas nuvens;
Enquanto ele vendia algodão doce;
Parece até destino mas foi tecendo sua máquina que se conheceram;
Ela viu nele a base de seus desatinos,
Ele por sua vez se amarrou naqueles olhinhos verdes e intrigantes;
Iluminados pelo poste da pracinha;
Ela só pensava no presente;
Ele tão somente que ela era uma surpresa;
De todas as coisas opostas que curtiam,
Amavam algo em comum:
Estar na presença um do outro,
Mesmo um sendo noite e o outro dia,
Sabiam-se que não giravam em torno do mesmo Sol,
Mas sabiam-se que aquilo que sentiam se não era paixão,
Era da mesma família,
Pois sobrava o que sobra dos corações apaixonados;
A carência. A saudade. O encantamento. Um Quase desespero,
Uma espécie de cometa em queda que a gente sabe que vai se estabilizar,
Só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.
Ser planetas não é fácil
ResponderExcluirVocê na sua galáxia
Eu na minha
Espalhados num infinito preto
Como se soprassemos farinha
O que intriga é que
Mesmo sem gravidade nenhuma
Fui pendendo pro seu lado
Te encontrei
Numa pracinha galáctica por acaso
Parecia com a terra
Tinha ruas.
Setores sul e norte
E como você mesma disse
É verdade acredite,
iluminados sob a luz de um poste!
Te adoro...