quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Eternamente Leminski

A lua no cinema

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!


Fonte: Revista Bula 
(Os 15 melhores poemas de Paulo Leminski)
http://www.revistabula.com/posts/web-stuff/os-15-melhores-poemas-de-paulo-leminski

2 comentários:

  1. Oi, Cá, boa noite!!
    Muito interessante, esse poema de Leminsk! Gosto muito dessa criatividade que dá vida aos astros, aos bonecos, aos objetos! Doce, imaginar a lua indo ao cinema. Admirável imaginar a lua pedindo para amanhecer! Porque, como costumeira frequentadora das noites, o amanhecer de um dos lados da terra só a fará estar no outro, o que também ocorrerá à estrelinha desiludida... Aí, quem sabe as duas não conversam e a lua não diz à estrela: “ah, minha amiga, não sei o que eu faça com o sol: tem noites, eu ando cheia com as investidas dele... tem outras, eu mínguo de ele se meter com a terra... Nem te conto...” E enquanto isso, nós, poetas e poetizas de tudo, fazendo poemas...
    Um beijo carinhoso
    Doces sonhos
    Lello

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  2. Bom dia Lello!!
    Também gosto dessa ideia de dar vida as coisas ao nosso redor, por um momento podemos nos desprender da realidade objetiva e um tanto óbvia, para viajarmos na imaginação, então porque não inventar? Vejo que você é muito bom nisso, gostei da lua minguando pelos flertes do sol com a terra, enquanto suspira toda esperançosa com as investidas de seu amor platônico. Os opostos se atraem. rsrs
    Beijo grande,
    obrigada por vir aqui.

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