terça-feira, 16 de setembro de 2014

O humanismo humanizou os cães


Eles são fieis, mesmo quando não somos. Só querem amor, carinho e um pouco de atenção, um cafuné sem pressa que levante seu pêlo, para em seguida devolverem com um beijo amistoso, que no universo canino é traduzido com algumas lambidas e afagos no rosto.
Querem um olhar suave e uma voz que acaricie, cosquinha boa na barriga, brincar de lutinha ou policia e ladrão, nossos defensores do bem.
São seres incapazes de guardar rancor, magoa, ódio e todos esses sentimentos que só existem no coração do homem.
Não discriminam por raça, cor ou credo, diferenciam apenas por aqueles que batem, brigam, brincam e jogam uma bolinha para que corram atrás.
Mais que amigos são companheiros, só querem uma segunda, terceira ou quarta oportunidade de nos fazerem pessoas melhores, são humanistas apesar de irracionais, o que aliás, acho injusto serem rotulados assim.
Irracional é não amar quando se tem amor de volta, é impedir a vida e retrucar sincera amizade com maus tratos e tortura, é sacrificar por culpa ilegal, é legalizar a experiência mutante, é tornar imutável a capacidade de se por no lugar do outro, ainda que ele tenha pêlos, instinto cativante de lamber os pés de seus donos ou o chão em que se pisa, ainda que tenham quatro patas, um focinho gelado e um rabo abanado capaz de transmitir verdadeira alegria ao ver seu amigo “humano” chegar.


Carine Morais

Um comentário:

  1. Os cachorros agradecem teu maravilhoso texto! rs. Não tenho um cachorro, mas é um dos animais que eu mais tenho apreço (pássaros e cachorros). Lá na faculdade, por ser num local distante da cidade, no meio da estrada, um monte de cachorros tomam conta do pátio e corredores. Sempre dou alguma palavrinha a eles... às vezes digo: "boa noite, cachorro!" mas eles só olham com olhar fixo pra mim... sempre me pedem comida com os olhos brilhando de vontade de matar a fome... um dia já cheguei a pensar na injustiça de dizer que assassinos são considerados "humanos", e cachorros com olhar tão doce são denominados "animais". Se ser animal é ser doce como um cachorro dócil e leve como um pássaro de verão, prefiro não ser considerada "humana", já que "humanos" matam e roubam e mentem. Foi só uma experiência minha, Cah, perdoe-me o relato rsrs. Mas na minha infância sempre evitei andar em algumas ruas, só porque nela tinha algum cachorro, e por mais quieto que ele estivesse, meu medo era maior! rsrsrs.

    Beijos, menina amora! ^^

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