terça-feira, 25 de março de 2014

Companheiros de um poeta solitário



Minha mente segue linhas 
cujo final não se sabe 
apesar de sozinhas 
são solidárias com o lápis,
solitário seria não tê-las 
escrevo o que dá na telha 
meu intelecto não tem teto 
e talvez por isso as letras 
me caiam sem fazer estragos 
assim as trago
assim me tragam 
num gesto sublime
de quem nasce apenas

para salvar seu poeta.
solidão é papel sem versos.
 

- Carine Morais

2 comentários:

  1. Eu escrevia em lápis, há apenas dez anos atrás, em minha adolescência. Sei bem o que são linhas imaginárias num papel. Quantas vezes me vi solidário a ele! Quantas vezes se fez solidário a mim! Somos assim, alma de papel. O escritor, muitas vezes, precisa tanto ser salvo quanto o alvo papel sobre o qual repousa sua hábil mão. Precisa tanto ser tocado como o verso não traçado no seu frágil coração. Deveras. Teu último verso é uma das coisas mais belas que li recentemente. Belo, pequena. Beijosssssss querida amiga

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O que seria de nós que escrevemos se não fossem as linhas do pensamento? A partir delas criamos a idéia, e é escrevendo com a mente que nasce o desejo de traze-las para o papel.
      Somos salvos, salvamos com a escrita e assim a vida vai se tornando ainda mais impressionável. Obrigada! Suas palavras fizeram a composição para que esta se tornasse uma das coisas mais belas e lidas recentemente.

      beijos, amigoooo!!

      Excluir