quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Livremente

À primeira vista, curiosidade,
À segunda, puro jogo de interesse.
Mãos dedilhando palavras,
Olhos passeando por entre espaços
Paquera rolando solta
Flerte inicial de todo apaixonado.
Identificação quase que instantânea
Envolvimento avassalador antes do abraço.
Química surreal, 
Cheiro que fica e arremata,
Imaginação com asas,
Desejo de uma história consumada antes da primeira página.
Depois que passa: abstinência literária,
Feito Avenida Brasil quando acaba,
Feito o moço do algodão doce que você não viu passar,
Feito música favorita depois de tocada,
O último pedaço de chocolate que não enjoa,
O amor da sua vida indo embora,
Bandas de marchinhas que acabaram de passar.
Sensações que não se explicam,
Mas se aplicam.
Denso, cheio, concreto.
Devoramos,
Ansiamos,
Prendemos,
Entregamos,
Nos soltamos.
Lemos as linhas,
Somos lidos nas entrelinhas.
Presos por vontade,
Amarrados livremente. 
Livro e mente, 
Livros, simplesmente.
Muitos deles sem sabermos, 
nos provocam tudo isso.

-  Carine Morais

6 comentários:

  1. Nossa, lindo!!
    Realmente é esse o incrível mundo dos livros =)

    Beijocas!

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    1. Pequena explicação desse mundo tão encantado!
      Obrigada,
      beijos meus!

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  2. Como você domina as palavras, Carine!
    Este foi mais um texto seu, tão belo e explicativo como os outros, que não deixaram um 'quê' de dúvida sequer!! Mais que bom!
    Livros trazem tantos mundos, experiências e sensações em apenas páginas e em silêncio, que a vontade de devorá-los só cresce...
    Parabéns mais uma vez! Seu blog está entre os melhores dos melhores para mim!
    Grande beijo, querida.

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    1. Bom dia Mirthy!
      É uma felicidade enorme e uma grande honra saber por suas palavras que estou entre os melhores, obrigada de coração.
      Para mim é uma preciosa gentileza de sua parte, pois também escreve como ninguém e tem nos olhos muita sensibilidade.

      Beijos de quem a admira!
      Obrigada.

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  3. O livro aprisiona e também liberta, não é?

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  4. Isso mesmo Tatiana, ele liberta!
    Um livro nos provoca aquilo que já dizia Albert Einstein: A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.

    Beijos meus

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