Procura-se!
Vivo ou morto, um coração entregue aos poucos enquanto batia feliz.
Procure-se, no formato de uma mão fechada, ou nas formas desenhadas por crianças e adultos também.
Procure-se na cor vermelha, bordô ou roxa, nessas tantas horas longe, já está cansado de bater.
Procura-se, porque a recompensa vale mais que qualquer tesouro, vale mais que um sorriso no rosto, vale uma vida inteira a prosseguir.
Procura-se, em qualquer canto do planeta, largado, sonolento, com frio, sombrio, órfão de mãe e de amor.
Visto pela última vez: Em mãos perfumadas e macias, nada comportadas, porém atraentes e gentis.
Se adiantar em alguma coisa, ressalto que a vida de quem o perdeu segue cinza e tristonha, segue descolorindo calçadas, pracinhas e seus visitantes, tirando a cor até do algodão doce vendido pelo seu moço da esquina.
Procura-se inteiro, aos pedaços ou metade, é que ele faz uma falta danada, incompleto mesmo assim.
Só não vale trote na entrega, nas pistas para saber onde está seu paradeiro, porque de enganos esse pobre bandoleiro deve estar cheio e por um triz.
Busca-se, espera-se, deseja-se e inquere-se!
Imperativos de quem caminha com uma placa esperançosa, pendurada no pescoço:
"PROCURA-SE UM CORAÇÃO NO MUNDO!"
- Carine Morais