Se conheceram num bailinho, Whisky
a Go Go rolando solta na época em que acabava de ser lançada, dois passinhos e
uma voz desafinada ao pé do ouvido: Eu
perguntava, do you wanna dance? E te abraçava... Ela sorria sem jeito,
professora de canto, não queria ser displicente e devolver com um: canta em dó maior, porque ta ruim pra caramba.
Ele era professor de dança, naquela
época dança de salão era a sensação do momento, engraçado que dança de salão ainda
é a sensação do momento até hoje, se tem uma estratégia que funciona é essa,
chamar para um embalo a dois, foi o que ele fez, foi o que ela também tentou fazer,
marca dali, gira e pisa, pisou no pé do rapaz, ele sorria sem jeito, afinal não
podia ser deselegante e falar pra moça: você
dança ruim pra caramba hein. Preferiu dizer outra coisa.
- Aceita uma bebida? Foi a deixa
para conversarem no cantinho do bar com gelo e cuba libre.
- Desculpa, não entendi seu nome,
é Ronaldo?
Ele sorriu.
- Me chamo Osvaldo.
- Então Geraldo...
- É Osvaldo!
- Desculpa o som tá alto, quero
dizer, nem preciso dizer que o som tá alto né.
Sorriram.
Você se chama Marina, eu entendi
direito?
Não, é Larissa.
Desculpa Melissa, o som ta alto.
Sorriram novamente, dessa vez as
risadas se perderam em meio ao barulho e jogo de luzes, ele olhou para as mãos dela e viu
que ela tinha os dedos mais finos e delicados do mundo, ficou encantado com a magreza dos
braços que subia até a renda da blusa.
Ela pensou em corrigi-lo, se bem
que não adiantaria, achou bonito aquele jeito distraído de não entender nomes
no meio de uma festa.
Viu que ele sorria de lado e seus
dentes brilhavam conforme as luzes.
Aquela canção que tocou não havia
sido feito para eles, nem o baile, o barzinho, a bebida, a dança, nada tinha
sido programado para aquele encontro, nem mesmo o fato de morarem há duas
quadras de distancia e nunca terem se visto antes.
Nenhum pressentimento ao saírem de
casa e encontrarem um grande amor.
A letra não fazia a composição da
história dos dois, ao contrário, eram eles que faziam a composição daquela
letra e de tudo que existia antes dos dois existirem, curioso ou não, até o
segurança conspirou quando o deixou entrar sem convites, a prima Sueli também,
quando emprestou seu vestido. Intuição é esperar que aconteça aquilo que
geralmente não se espera que aconteça, não foi bem o que aconteceu e quase no
fim da festa, num beijo então os dois se renderam.
Carine Morais
E parece nessa fantasia o mundo era apenas ele e ela.
ResponderExcluirQue conto gostoso de se ler e ver... É interessante o modo de como confundiram os nomes, se bem que seja lá quais são seus nomes, foi ritmo do embalo de uma vitrola à meia luz; foi ritmo de sorrisos naquele momento. Isso porque, um sonho a mais não faz mal.
Beijos, Cah! :D
O fluir de uma história de amor é sempre linda. Fico muito feliz que tenha gostado e que tenha sonhado a mais, assim como os dois. rsrs
ResponderExcluirObrigada pela presença, pelo carinho!
Beijos meus!!
Que história encantadora...!
ResponderExcluir