sábado, 17 de março de 2012

Tatibitati do amor

Dia desses estava conversando com um amigo quando sua Pitokucha  decidiu ligar, discretamente procurou um lugar mais reservado e seus olhinhos pareciam sorrir enquanto ela dizia coisas meigas (imagino eu) aos seus ouvidos, observando a cena, parei pra entender o porquê dos casais ficarem tão melosos ao telefone e o motivo de tamanha dificuldade para desligarem o celular, a resposta além simples é bem óbvia, casais apaixonados criam apelidos carinhosos e falam com vozinha de criança no único e fundamental intuito de criarem vínculo afetivo.Taí a explicação  para os indecisos que nunca sabem quem vai desligar primeiro.
E quem nunca falou com o namorado com vozinha de bebê que atire a primeira chupeta! Está mais do que comprovado que quando estamos apaixonados adquirimos uma espécie de espírito dengoso, é como se fizessemos uma regressão à infância, mas sem a  inoscente guerra de meninos x meninas, nesse caso somos rendidos pela melação de todo inicio de namoro e mesmo aqueles insensíveis e considerados sem coração passam inevitavelmente pela fase mais grudenta e criativa da relação: o momento de inventar apelidinhos carinhosos.
E haja criatividade pro amor! No começo quando se conhecem rola toda  uma formalidade, em pouquissimo tempo o até então Diogo vira o “Di” e a Renata vira a “Rê" isso quando não vinculam a relação com a culinária e passam a se tratar por “Chuchuzinho” e “Docinho de côco” ou “Bombonzinho” e “meu Quindim”. É sempre um motivo peculiar que fazem os casais escolherem os nomes que passarão a se chamar e você logo percebe a intimidade dos pombinhos quando o apelidinho fofo é simplesmente indecivrável ou impossível de qualquer associação.
 Seja um codinome usual como o pai de todos “Amor”, que dependendo do humor pode variar entre, Mô, Mozim, Amorzaum e Moreco, ou seja ele esquisito: Guxo, Biluzinha, Totozinha e Bebeinho, a finalidade do "Cuti cuti" é uma só: criar um nível de intimidade mais elevado e demonstrar o quanto o outro é importante e apreciado. Mesmo que pareça bizarro ou incompreensível para aqueles que ainda não encontraram suas Pitokuchas ou seus Bombonzinhos, falar com vozinha de bebê e se derreter em mimos é necessário para a criação do vínculo afetivo, onde o sentimento vivido por meninas e meninos crescidos é  carinhosamente preparado para amadurecer.

"Casais insuportáveis que falam desse jeito são mais felizes. Insuportavelmente mais felizes".


 

2 comentários:

  1. Esse não é exclusivamente o melhor momento do amor, mas está bem claro que é o momento mais criativo do amor, onde as canções surgem, quilômetros de macarrão são sugados,e fazer cachorro quente é fingir que sabe cozinhar rs.
    Mas onde está a maturidade, um dia existiu uma criança que aproveitou todos os momentos para se divertir amando, ninando, e ronronando ao ouvido.

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  2. Amar, ninar e "ronronar" (palavra nova pra mim) é mesmo uma delícia!

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