Existe um mundo gigante,
não muito distante desse em que vivemos em que tudo é encanto e
brilha bastante, é um mundo cuja a linha
imaginária não se chama Greenwich, se chama poesia.
Nesse risco imaginário
feito a giz, as pessoas caminham, tudo é muito digno e intrigante, o
que é pequeno se torna grande, bem mais que no país das maravilhas.
Nas curvas dessa estrada é que as pessoas sonham e se arriscam,
aproveitam para perder as estribeiras e os estribilhos, versos e poemas também.
Na poesia o sentido
existe mesmo sem existir, pode-se falar de chão no céu, de céu no
mar, mesmo sem estarem em seus devidos lugares, pode-se falar de pedra
que fala, de vento que assobia sem ser louco ou coisa parecida, o dia
passa das 24h, pode ter 32, que a gente não duvida.
Tudo ganha vida, seus
moradores são pequenos inventores, mas não brincando de serem deuses, porque com Deus não se brinca, aliás poesia é religião onde
ninguém briga, não existe preconceito ou quem tem mais direito, falam-se e são entendidos e mesmo que não sejam, não se importam
com isso.
Não existe dor, nem
frio, nem medo, as ruas são de ouro e de pedras cristalinas, as músicas são
cantigas de infância, a saudade é uma rua, mas nunca é triste e a
alegria é uma casa com paredes de jaspe que recebe muitas visitas.
Para ingressar nesse
incrível mundo, não é preciso convite, passaporte, espacionave, é
preciso sensibilidade, tocar com as palavras o próprio coração ou no máximo
se aventurar numa dessas viagens que nos levam os grandes escritores, predestinados a professores do sonhar, motoristas nas horas vagas, mas que nunca cobram passagem. Lá o dinheiro não tem cor.
- Carine Morais