terça-feira, 16 de setembro de 2014

O humanismo humanizou os cães


Eles são fieis, mesmo quando não somos. Só querem amor, carinho e um pouco de atenção, um cafuné sem pressa que levante seu pêlo, para em seguida devolverem com um beijo amistoso, que no universo canino é traduzido com algumas lambidas e afagos no rosto.
Querem um olhar suave e uma voz que acaricie, cosquinha boa na barriga, brincar de lutinha ou policia e ladrão, nossos defensores do bem.
São seres incapazes de guardar rancor, magoa, ódio e todos esses sentimentos que só existem no coração do homem.
Não discriminam por raça, cor ou credo, diferenciam apenas por aqueles que batem, brigam, brincam e jogam uma bolinha para que corram atrás.
Mais que amigos são companheiros, só querem uma segunda, terceira ou quarta oportunidade de nos fazerem pessoas melhores, são humanistas apesar de irracionais, o que aliás, acho injusto serem rotulados assim.
Irracional é não amar quando se tem amor de volta, é impedir a vida e retrucar sincera amizade com maus tratos e tortura, é sacrificar por culpa ilegal, é legalizar a experiência mutante, é tornar imutável a capacidade de se por no lugar do outro, ainda que ele tenha pêlos, instinto cativante de lamber os pés de seus donos ou o chão em que se pisa, ainda que tenham quatro patas, um focinho gelado e um rabo abanado capaz de transmitir verdadeira alegria ao ver seu amigo “humano” chegar.


Carine Morais